Vamos?

Vamos reinventar nosso sentimento,
Vamos redesenhar nosso sorriso,
Vamos reescrever nossa história,
Vamos nos orientar juntos,

Vamos desacelerar os passos,
Vamos nos aquecer no frio,
Vamos sentir a brisa lá fora,
Vamos ver o nascer do sol,

Vamos dividir o mesmo copo,
Vamos fazer um piquenique,
Vamos andar de bicicleta,
Vamos ao parque,

Vamos juntos sonhar,
Vamos acreditar,
Vamos realizar,
Vamos?

Saudades tem sabor?

Mãe costumava colocar no prato:
Fígado e muitas beterrabas,
confesso que aprendi a gostar de beterrabas, mas fígado.

Por debaixo do pé de amora,
Arranquei algumas e comi, logo me disseram:
Gostas de amora? De imediato surge á máxima, vou contar para seu pai que você namora.

Sim, namoro!

Meu namoro é intenso,
mas tem sabor de algodão doce,
suave, faz da vida menos amarga.

Amargo mesmo era experimentar as acerolas da casa da vovó.
Mas casa de vovó sempre tem pudim, tem pão caseiro,
Tem afeto.

Agora, nada mais afetuoso,
do que dividir a tubaína de saquinho com os amigos.

O suspiro que o pai tanto gosta,
foi à prova, que por mais que o tempo passa o sabor da saudade fica,

E como fica!

Incrível,
saudades tem sabor lúdico,
em alguns momentos chega a ser infantil,
tem sabor amargo para ensinar
sabor doce para não amargurar
mas tem sabor.


Sabor da vida
Sabor com vida
Sabor pela vida
Sabor que vive, vive em nós.

Ensine-me a sorrir

Anseio mudar, abrir mão da cara carrancuda, do olhar altivo e da seriedade no trato. Que a simplicidade do sorrir, me alcance, na verdade é isso que quero, aprender a sorrir. Sorrir pelas incertezas, sorrir pelas impossibilidades, sorrir pela possibilidade de fazer o outro sorrir também, sorrir para dar uma chance à alma, para compartilhar cura.

Quero aprender, nem que comece tímido, arredio, aquele sorrisinho de canto, mas já é um começo, fui alertado, sorrir faz bem, afinal que sorriso não conquista. Conquista canções em meio ao pranto, conquista reciprocas incríveis, amizades irrefutáveis e olhares carregados de amor.

Procuro encontrar com as crianças as melhores risadas, brincar nas gangorras da felicidade, sabendo que por mais que eu esteja embaixo ou em cima, estarei sorrindo. Aspiro ter o sorriso de um palhaço, que mesmo visitando pacientes em estado terminal conseguem transformar a angustia em esperança. Quero ter a garra dos artistas de semáforos que por mais que errem sua apresentação não deixam transmitir sua raiva, ao contrario mostram-se animados e sempre sorridentes.

Sou um aprendiz, um aluno da vida, e se tem algo que vida nos oferece é a oportunidade de sorrir, a cada hora, a cada dia, em todo tempo. Afinal já é comprovado que sorrir estimula o cérebro a liberar endorfina e serotonina, substâncias responsáveis pela sensação de prazer e felicidade.

Que o contentamento nos alcance, e que o sorrir seja para testemunhar o nosso aprendizado das coisas simples da vida. Vamos aprender a sorrir?

Quem manda em casa?

Três coisas aprendi com o casamento, a primeira é casamento engorda, por ironia estou 6 quilos mais fofo, a segunda é comunicação é tudo, proferir um amontoado de palavras não indica que me comuniquei da maneira certa, e a terceira e ultima coisa é que quem manda em casa não sou eu, então quem é que manda?

Legal que em boa parte das rodas onde o bate- papo é o casamento, ouvi piadas que certamente norteavam quem realmente mandava em casa, aquelas do tipo “quem da a ultima voz sou eu, minha esposa me manda lavar louça e eu digo já vou” ou “quem manda em casa é o galo, aí o homem olha para mulher e diz: né galo” piadas ou não aparte, vemos que em boa parte dos casamentos a mulher é quem manda em casa, confesso que entrei em crise por um dia acreditar que quem daria a voz dentro de casa fosse eu, egocêntrico como todo chefe de família, pude em minha arrogância imaginar que certamente todos comeriam depois que eu fosse servido, uma pena, descobri que tudo isso era mais que uma petulância, uma real fantasia que infelizmente muitos vivem.

Aos poucos, na convivência, me rendo ao servir a minha esposa só para ouvi-la dizendo “você colocou muito feijão” permito-me ser corrigido a todo tempo sem ter medo de ouvir não, gosto de incitar a saudade e mantenho-me distante por alguns momentos do dia para chegar em casa e receber um abraço apertado. A tantos desejos espalhados pelos cantos de nosso apartamento, que fico a vontade de compartilhar alguns, o desejo de cozinhar um para o outro, o desejo de deixar a casa limpa só para ter o prazer de ver o outro andar descalço, o desejo de levantar de forma sorrateira da cama para não despertar o sonho do outro.


Inúmeros são os desejos, descubro então que quem manda em casa não é minha esposa, muito menos eu, descubro que quem manda em casa é o Desejo, o desejo de fazer o outro feliz para ser feliz, o desejo de construir um relacionamento amigável, o desejo de compartilhar angustias para torna-las mais leves, o desejo de ser um mesmo sendo dois, o desejo de amar pelo simples saber que o verdadeiro amor lança fora todo medo. 

Quem eu encontrei



Caminhei muito pouco, trilhei aventuras seguras e algumas nem chegaram a produzir de fato medo, ou qualquer tipo de sensação experimentada por qualquer turma de escoteiros. Permeio então as poucas fronteiras que atravessei neste tempo de vida, acredite não foram muitas. Mas a vida é composta por novidades, sempre. Todas produzem efeitos diversos, alguns traumas irreparáveis, contudo sempre nos reserva boas doses de alegria.

Dentre tudo que acreditei, e acredito, não por interesse ou por qualquer desejo psicótico, mas pela vocação, aprendi a gostar e admirar pessoas quis e ainda quero aprender admirar quadros, uma boa música, anseio gostar da natureza e sua beleza, mas me limito em me esforçar a tudo isso, por isso aprofundo meus sentimentos com base nas pessoas, e por elas escrevo agora.

Encontrei muita gente, mas existem algumas que são marcantes, exuberantes e trágicas, como alguns amigos de adolescência e inicio da juventude, são eles parecidíssimo com nós mesmos, incrível que não só no estilo de vida, mas também na forma de pensar, mas conforme o tempo passou eles ficaram diferentes, me entristeci em saber que eles mudaram, queria eu da maneira que eles sempre foram, suas habilidades eram outras, se afunilaram com o tempo, e eu, os julguei doentes. Por outro lado me deparei com os incontroláveis e estranhos, defino essas pessoas como aquelas que fazem o que querem, quando e como querem, só tem um problema, gerador de outros vários, a consequência, que nem sempre era o esperado, geravam conflitos sociais, abismos existenciais e profunda tristeza na alma, e eu os julguei possessos. Apeguei-me ao simples fato de viver, e nesta linha reta, sem altos e baixos encontrei os frustrados, são ótimos de relacionamento, não possuem grandes ambições, alguns nem carregam esse desejo com eles, e os que carregaram certamente em algum momento bateram com a cara no muro, são eles responsáveis por toda passividade e pessimismo natural da vida, mas eu inclemente os julguei medíocres.

Diante de tantos encontros e desencontros posso concluir que “Conheci pessoas diferentes e julguei doentes, conheci pessoas estranhas e julguei possessas, conheci pessoas frustradas e julguei medíocres. Mas no meio do julgamento, olhei para os lados, e em todos os lados do tribunal, só vi espelhos.” Enfim, todo julgamento é precipitado e totalmente aliado àquilo que nós somos.

Os Sonhos de Deus ( Em minhas palavras)



Lembro-me dos dias mais aflitos que passei, e as lembranças que me vem à memória são as diversas tentativas de aborto, a qual os meus propósitos foram alvo. Os espinhos aplicados e cultivados por alguns chegaram a fatigar, e até o pulso das emoções ficaram sufocados. A cova de ser caluniado é mais profunda que a inclemente tristeza, afinal os males são tantos, que jamais conheceremos as dores, os desdobramentos que minha história carrega por escolhas egocêntricas. A nossa pequenez nos aprisiona, ficamos cegos e perplexos, em busca de compreensão.

Mas não soltar a toalha, não abrir mão dos propósitos a qual o nosso Deus coloca em nosso coração, faz nascer uma fé que avalia, que compreende, que não é tola, uma fé cristalina, sem meritocracia, mas com graça e vida no amor Deus. Combato, contemplando as ações diárias de um Deus que restaura, restabelecendo princípios, valores éticos e não moralistas. Onde o colírio, tira o religioso e mostra o divino, simples, poético e belo!

Sem desistir e crendo, trilho esta jornada chamada de vida, sendo curado, todos os dias pelo agir de Deus, para que a ousadia dos meus sonhos possa também alcançar o outro, não só a mim, para que a conquista possa ser compartilhada com quem só partilhou de angustias. Decidi multiplicar o amor, no ódio, o calor no frio, o sorriso em meio ao choro! 


Outros conselhos (in)viáveis.

Suspeite de quem sabe mostrar ares de piedade. Algumas pessoas aprenderam a arquear as sobrancelhas para baixo para mostrar que são puras. Elas são perigosíssimas. Prefira quem é mais solto, mais debochado, menos ciente de suas virtudes; os gasosos são melhor companhia que os circunspetos, que caminham com chumbo nos pés.
Evite sentar na roda de quem exige rigor semântico até na hora da conversa fiada. É intolerável estar perto de quem vive a corrigir os outros. Quando alguém diz que vai à igreja, ele dispara: “a igreja somos nós, não um prédio”; quando alguém confessa que anda desanimado, tem de escutar: “mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças”. Que horror!

Apure rigorosamente todo relato de milagre. Prefira ser cético que simplório. A verdade não deve temer análises, questionamentos, suspeitas. Mas dê um passo adiante. Pergunte-se também pelas motivações. Queira saber os porquês por detrás dos relatórios de eventos fantásticos. Os exageros, os prodígios forçosos, os números “evangelásticos”, em sua esmagadora maioria, só se prestam a alimentar os músculos financeiros de algum narcisista, instituição ou agência missionária; todos ávidos para alcançar os primeiros lugares no reino de Deus.

Saiba que por trás de todo rigor moralista existe uma mente sórdida. Anote: os mais inflexíveis contra a homossexualidade lutam contra as suas próprias tendências homo-eróticas. Quem se exaspera contra os “pecados da carne” é escravo da lascívia – Jesus os chamou de sepulcros caiados. A rigidez puritana não abrandou o fogo da libido, só a adoeceu. As taras mais grotescas, como sadismo, masoquismo, pedofilia e zoofilia se proliferaram em ambientes austeros e probos. Não tenha medo dos que advogam uma sexualidade lúdica e menos insalubre.

Fuja, acovarde-se, dê o fora, encontre um escape, faça qualquer coisa, mas evite os “tapetes azuis” do poder. Se for nomeado síndico, presidente de honra da quermesse ou venerando líder da igreja, saiba que os perigos são avassaladores contra a sua alma. Abra mão de títulos. Placas de bronze ou de acrílico, diplomas e medalhas não passam de confetes, semelhantes aos do carnaval, que perdem qualquer significado na quarta-feira de cinza. Quando lhe chamarem de senhor ou senhora repita o chavão: “Senhor, só o lá de cima”; “Senhora, só a mãe de Jesus”. Depois caia na gargalhada como se tivesse contado uma grande piada.

Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim