Ao meu amigo


Poderia eu dar-te a paz que você precisa, seria eu o mais indicado para partilhar a ceia de natal contigo, sei que todas as suas decisões teriam consequências, mas sei também do seu empenho em querer mudar, sei da garra que conduziu atribuições que nem eram de sua competência.

Acompanhei sua luta, seu sorriso, suas lamurias, estive ao seu lado no momento em que deixou uma oportunidade para assumir uma responsabilidade sem recompensa, lembro-me como se fosse ontem a minha mesa o rascunho em que fizemos onde identificamos como o seu melhor momento ministerial.

Dói saber que a instituição se posiciona tomando partido, esperando uma ação de quem sofre, e não agindo para o que sofre, dói saber que no momento de complexidade e mentira da liderança, quem se posicionou foi a base, foram os auxiliares, sim, foi você. Foram os que não ocupam posições do alto escalão. E dói saber que o discurso acerca de Deus é mais importante que o próprio Deus.

Neste natal, sofri, por você, amigo. Estou aqui, para ser seu analista, para ser seu saco de pancadas, confessor, estou aqui para ser seu amigo. Não te condenarei, não vou te cobrar e não vou te rejeitar. Só tenho um pedido: Não desista!

Maranata

Passado apetitoso



A nostalgia mais dolorosa é aquela em que mais temos afinidade, onde o passado é apetitoso. Não é a lembrança dos momentos, mas sim a lembrança do sorriso de nosso amigo do ensino fundamental, a qual nem lembramos o nome, fica a lembrança do olhar infantilizado. É reportar o passado por aqueles que já se foram imaginando como eles seriam hoje. O passado só é apetitoso quando esse sentimento inominado é confundido pela tristeza da saudade.

Onde há Amor?



Onde há Amor, o silêncio não constrange, o erro não define, a falência não é acusadora, a falha é perdoada, o abraço é essencial, a distância é dolorida, os sonhos são repartidos, as alegrias multiplicadas, as dores divididas, pequenos gestos são grandes memoriais e assim vida ganha sentido.

Villy Fomim